Vida e Ensinos

CAPÍTULO 35

Trabalho Missionário

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Em 10 de dezembro de 1871 foi-me mostrado que Deus cumpriria uma grande obra por meio da verdade, se homens dedicados e abnegados se consagrassem sem reservas ao trabalho de apresentá-la aos que se acham em trevas. Aqueles que conhecem a preciosa verdade, e se tenham consagrado a Deus, devem aproveitar toda oportunidade que se lhes depare para a apresentação da mesma. Os anjos de Deus estão tocando o coração e a consciência do povo de outras nações, e almas honestas estão perturbadas ao testemunharem os sinais dos tempos manifestos no estado de insegurança entre as nações. Surge-lhes no coração a pergunta: Qual será o fim de todas as coisas? Enquanto Deus e os anjos estão trabalhando para impressionar os corações, os servos de Cristo parecem dormir. Poucos trabalham em uníssono com os mensageiros celestiais.

Se os pastores e o povo estivessem suficientemente despertos, não permaneceriam tão indiferentes, pois Deus os honrou ao fazer deles os depositários de Sua lei, imprimindo-lha na mente e gravando-a no coração. Estas verdades, de vital importância, deverão pôr o mundo a prova; e, não obstante, em nosso próprio país, há cidades e aldeias que jamais ouviram a mensagem de advertência. Os jovens que se sentem tocados pelos apelos feitos para auxiliarem esta grande obra de progresso da causa de Deus, fazem algumas menções de avançar, mas não se preocupam com a obra, o suficiente para realizar o que poderiam fazer.

Se os jovens que começam a trabalhar nesta causa tivessem espírito missionário, dariam prova de que de fato Deus os chamou para trabalhar. Não indo a novos lugares, mas contentando-se em ir de uma igreja para outra, dão mostras de


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não sentir responsabilidade alguma pela obra. As idéias de nossos jovens pregadores não são suficientemente amplas. Seu zelo é demasiado fraco. Se os jovens estivessem despertos e fossem consagrados ao Senhor, seriam diligentes em cada momento de seu tempo e procurariam habilitar-se para serem obreiros em campos missionários.

Devem os jovens adquirir habilitações, familiarizando-se com outras línguas, para que Deus os possa usar como meio para comunicar Sua verdade salvadora a outras nações. Estes jovens podem obter conhecimento de outras línguas, mesmo quando empenhados no trabalho em prol dos pecadores. Se souberem aproveitar o tempo, poderão cultivar a mente e habilitar-se para maior utilidade. Se as moças que até agora assumiram pequena responsabilidade se dedicassem a Deus, poderiam tornar-se úteis, estudando outras línguas e ocupando-se em traduzir.

Nossas publicações devem ser impressas noutras línguas, para que sejam atingidas as nações estrangeiras. Muito pode ser feito por meio do prelo, porém, mais ainda se poderá cumprir se a influência do trabalho dos pregadores vivos acompanhar as nossas publicações. Necessitam-se missionários para ir a outras nações a fim de pregar a verdade, de maneira prudente e cuidadosa. A causa da verdade presente pode estender-se grandemente pelo esforço pessoal.

Quando as igrejas virem jovens zelosos e capazes para estender seus trabalhos às cidades e aldeias que nunca ouviram a verdade, e missionários prontificando-se para ir levar a


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verdade a outras nações, elas se animarão e se fortalecerão muito mais do que o seriam pelos labores de jovens inexperientes. Ao verem o coração dos pastores ardendo de zelo e amor à verdade, e do desejo de salvar almas, as igrejas se despertarão. Estas geralmente têm dentro de si mesmas os dons e o poder para abençoar e fortalecer a si próprias, e reunir no aprisco as ovelhas e os cordeiros. Precisam ficar na dependência de seus próprios recursos para que todos os dons que jazem latentes sejam assim postos em serviço ativo.

O Senhor tem tocado o coração de homens de outras línguas, pondo-os sob a influência da verdade para que se habilitem a trabalhar em Sua causa. Ele os pôs ao alcance dos escritórios de publicações para que os administradores lhes aproveitassem os serviços, se estivessem cônscios das necessidades da causa. Necessitam-se publicações noutras línguas, para provocar interesse e espírito de busca entre outras nações.

Assim como o ensino de Noé avisou e provou os moradores do mundo antes que o dilúvio os destruísse da face da Terra, a verdade divina para estes últimos dias está efetuando uma obra semelhante em advertir e provar o mundo. As publicações que saem da Casa Publicadora trazem o selo do Eterno. Estão sendo espalhadas por todo o país, e estão decidindo o destino das almas. Hoje se precisa grandemente de homens que traduzam e preparem nossas publicações noutras línguas, de maneira que as mensagens de advertência vão a todas as nações, e prove-as pela luz da verdade, para que os homens e mulheres, vendo a luz, se volvam da transgressão para a obediência da lei de Deus.


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Toda oportunidade deveria ser aproveitada para estender a verdade a outras nações. Isso implicaria considerável despesa, mas esta de maneira nenhuma deveria impedir a realização dessa obra. Os meios têm valor apenas quando empregados para promover o interesse do reino de Deus. O Senhor conferiu meios aos homens para este mesmo fim: empregá-los na propagação da verdade entre seus semelhantes.

Agora é tempo de se empregarem os meios na causa de Deus. Agora é o tempo de nos tornarmos ricos de boas obras, acumulando para nós um bom fundamento contra o tempo que virá, a fim de apoderar-nos da vida eterna. Uma alma salva


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no reino de Deus é de maior valor que todas as riquezas terrestres. Somos responsáveis perante Deus pelas almas com quem entramos em contato: e quanto mais íntima for nossa relação com nossos semelhantes, maior será nossa responsabilidade. Somos uma grande irmandade, e o bem-estar de nossos semelhantes deve ser o nosso grande interesse. Não temos um momento para perder. Se temos sido descuidosos nesse assunto, esta é a oportunidade para remirmos o tempo, não aconteça que o sangue das almas encontrado em nossas vestes. Como filhos de Deus, nenhum de nós se pode recusar a tomar parte na grande obra de Cristo, na salvação de nossos semelhantes.

Muito difícil será vencer o preconceito e convencer os incrédulos de que são desinteressados os nossos esforços para os auxiliar. Isso, porém, não deveria impedir-nos o trabalho. Não há preceito algum na Palavra de Deus que nos fale em fazer o bem somente aos que apreciam e reconhecem os nossos esforços, e beneficiar apenas quem nos agradece. Deus nos mandou trabalhar em Sua vinha. Cumpre-nos fazer tudo que pudermos. "Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará: se esta, se aquela." Ecl. 11:6.

Temos bem pouca fé. Limitamos o Santo de Israel. Deveríamos ser gratos por condescender Deus em usar alguns de nós como Seus instrumentos. Haverá resposta para toda oração fervorosa em que se peça com fé alguma coisa. Pode não vir exatamente como a esperávamos; mas virá, talvez não como havíamos imaginado, mas justamente na ocasião em que dela mais necessitemos. Mas oh, quão pecaminosa é a nossa incredulidade! "Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito." João 15:7.

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