E Recebereis Poder - Meditação Matinal

CAPÍTULO 3

Março

RP - Pag. 71  

Santa Fragrância

Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda. João 15:16.

A fim de produzir muito fruto, temos de aproveitar ao máximo nossos privilégios e oportunidades, tornando-nos cada vez mais inclinados para as coisas espirituais. Devemos deixar de lado toda vulgaridade, todo orgulho, toda mundanidade, e receber diariamente auxílio divino. Para crescer espiritualmente, deveis empregar todos os meios providos pelo evangelho e estar preparados para avançar em piedade pela influência do Espírito Santo; pois a semente se desenvolve da erva para o grão cheio por meios invisíveis e sobrenaturais.

A promessa com que Jesus consolou Seus discípulos pouco antes de Sua traição e crucifixão foi a do Espírito Santo; e na doutrina da influência e atuação divina, que preciosidades lhes foram reveladas! Pois esta bênção traria em sua esteira todas as outras bênçãos. O Espírito Santo inspira a alma que humildemente se apóia em Cristo como o Autor e Consumador de sua fé; e desse crente provirá fruto para a vida eterna. Sua influência será benéfica, e o nome de Jesus lhe será música nos ouvidos e melodia no coração.

O cristão será um cheiro de vida para vida a outros, embora não seja capaz de explicar os mistérios de sua experiência. Mas sabe que, quando foi circundado de nuvens e trevas, e clamou ao Senhor, a escuridão se dispersou, e havia paz e alegria no templo da alma. Sabe o que é ter o amor perdoador de Deus revelado ao coração, experimentar a paz que excede todo o entendimento, ter louvor, ações de graças e adoração borbulhando na alma para Aquele que nos amou, e em Seu sangue nos lavou de nossos pecados. Ele tem paz por Jesus Cristo e alegria no Espírito Santo. Unida a Cristo, sua alma está repleta de submissão à Sua vontade, e o Céu é abrigado no seu coração enquanto ele é envolvido no seio do Infinito Amor. Os cristãos desse tipo darão muito fruto para a glória de Deus. Interpretarão corretamente o caráter de Deus e manifestarão Seus atributos para o mundo. Signs of the Times, 3 de abril de 1893.


RP - Pag. 72  

Arrependimento, o Primeiro Fruto

Compadece-Te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade; e, segundo a multidão das Tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Sal. 51:1 e 2.

O arrependimento é um dos primeiros frutos da graça salvadora. Nosso grande Mestre, em Suas lições ao homem caído, extraviado, apresenta o poder vivificador de Sua graça, declarando que por meio dessa graça homens e mulheres podem viver uma nova vida de santidade e pureza. Aquele que vive essa vida põe em prática os princípios do reino do Céu. Ensinado por Deus, ele conduz outros ao caminho reto. Não conduzirá o que manqueja a caminhos de incerteza. A operação do Espírito Santo em sua vida mostra que ele é um participante da natureza divina. Toda alma assim trabalhada pelo Espírito de Cristo recebe tão abundante suprimento de generosa graça que, ao contemplar suas boas obras, o mundo incrédulo reconhece que ele é controlado e sustentado pelo poder divino, sendo levado a glorificar a Deus. A Maravilhosa Graça de Deus, pág. 136.

Pessoas há que, não obstante todos os afáveis convites de Cristo, continuam a revelar incredulidade em sua vida. Deus diz a tais pessoas: "Até quando, ó néscios, amareis a necedade? ... Atentai para a Minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o Meu Espírito e vos farei saber as Minhas palavras." Prov. 1:22 e 23. Signs of the Times, 28 de junho de 1905.

O arrependimento do pecado é o primeiro efeito da atuação do Espírito Santo na vida. É o único processo pelo qual a infinita pureza reflete a imagem de Cristo em Seus súditos redimidos. Em Cristo habita toda a plenitude. A ciência que não está em harmonia com Ele não tem valor. Ele nos ensina a considerar todas as coisas como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus nosso Senhor. Este conhecimento é a ciência mais elevada que qualquer homem pode obter. SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.068.


RP - Pag. 73  

Amor

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não O conheceu a Ele mesmo. I João 3:1.

João diz: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus." As palavras não podem expressar este amor; só podemos descrever de leve o amor que excede todo entendimento. Seria necessária a linguagem do Infinito para expressar o amor que possibilitou sermos chamados filhos de Deus. Ao tornar-se cristão, o homem não está se rebaixando. Não há nenhuma ignomínia em ter conexão com o Deus vivo.

Jesus suportou a humilhação, a ignomínia e o vitupério que de justiça pertenciam ao pecador. Ele era a Majestade do Céu, Ele era o Rei da glória, Ele era igual ao Pai; e, no entanto, revestiu Sua divindade da humanidade, para que a humanidade pudesse pôr-se em contato com a humanidade, e a divindade apoderar-se da divindade. Se tivesse vindo como um anjo, Ele não poderia ter sido co-participante de nossos sofrimentos, não poderia ter sido tentado em todas as coisas como nós o somos, nem poderia compadecer-Se de nossas fraquezas; mas veio na roupagem de nossa humanidade, para que, como nosso Substituto e Fiador, pudesse vencer o príncipe das trevas em nosso favor e tornar-nos vitoriosos por Seus méritos.

[Quando estamos] à sombra da cruz do Calvário, a inspiração de Seu amor inunda-nos o coração. Quando contemplo Aquele a quem meus pecados traspassaram, a inspiração do alto vem sobre mim; e, por meio do Espírito Santo, esta inspiração poderá vir sobre cada um de vós. A menos que recebais o Espírito Santo, não podereis ter o amor de Deus na alma; mas por meio de viva ligação com Cristo, somos inspirados com amor, zelo e fervor.

Não somos como um bloco de mármore, que pode refletir a luz do Sol, mas não pode ser imbuído de vida. Somos aptos a corresponder aos brilhantes raios do Sol da Justiça; pois ao iluminar-nos a alma, Cristo nos dá luz e vida. Absorvemos o amor de Cristo como o ramo extrai alimento da videira. Se somos enxertados em Cristo, se fibra por fibra somos unidos à Videira viva, evidenciaremos este fato produzindo ricos cachos de fruto vivo. Review and Herald, 27 de setembro de 1892.


RP - Pag. 74  

Alegria

Louvar-te-ei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as Tuas maravilhas. Alegrar-me-ei e exultarei em Ti; ao Teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores. Sal. 9:1 e 2.

Precisamos ter mais fé. Comecemos a crer para salvação. Acheguemo-nos a Deus com fé, estando plenamente certos de que, entregando tudo a Ele, o Senhor nos tornará semelhantes a Cristo no caráter. Devemos contar isto reiteradas vezes aos outros. Então, sendo um com Cristo, poderemos revelá-Lo ao mundo. E cessará todo o nosso trabalho instável e casual.

Honremos a Deus manifestando firme fé e inabalável confiança. Lembremo-nos de que Ele não é glorificado pela manifestação de um espírito impaciente e infeliz. O Senhor cuida das flores. Ele lhes dá beleza e perfume. E não será muito mais generoso em dar-nos o aroma de uma disposição alegre? Não restaurará em nós a imagem divina? Tenhamos, portanto, fé nEle. Coloquemo-nos agora, agora mesmo, onde Ele possa conceder-nos Seu Espírito Santo. Então poderemos dar ao mundo uma revelação do que a religião verdadeira faz por homens e mulheres. A alegria de um Salvador, que inunda o nosso coração, nos dá a paz e a confiança que nos habilitam a dizer: "Eu sei que o meu Redentor vive." Jó 19:25.

Em Sua Palavra, o Senhor tornou claro que Seu povo é um povo alegre. A fé genuína estende a mão ao alto e se apega Àquele que Se acha por trás da promessa: "Será grande a paz de teus filhos." Isa. 54:13. "Assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio." Isa. 66:12. "Eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo." Isa. 65:18. Em Deus podemos exultar "com alegria indizível e cheia de glória". I Ped. 1:8. "Os homens serão abençoados nEle, e as nações Lhe chamarão bem-aventurado." Sal. 72:17. Procuremos ensinar os crentes a se regozijarem no Senhor. A alegria espiritual é o resultado de fé ativa. O povo de Deus deve estar cheio de fé e do Espírito Santo. Então Ele será glorificado neles. Bible Training School, 1º de abril de 1905.


RP - Pag. 75  

Paz

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Filip. 4:6 e 7.

O Redentor do mundo procurou levar ao coração dos entristecidos discípulos o mais forte consolo. Mas, dentre um vasto campo de assuntos, Ele escolheu o tema do Espírito Santo, que devia inspirar e confortar-lhes o coração. E no entanto, embora Cristo tenha dado tanta importância a este assunto a respeito do Espírito Santo, quão pouca é a ênfase que ele recebe nas igrejas! O nome e a presença do Espírito Santo são quase desconhecidos, se bem que a influência divina seja essencial na obra de aperfeiçoar o caráter cristão.

Alguns não estão em paz ou tranqüilos; encontram-se num estado de constante impaciência, e permitem que o impulso e a paixão lhes governem o coração. Não sabem o que significa experimentar paz e descanso em Cristo. Assemelham-se a um navio sem âncora, impelido e agitado pelo vento. Mas aqueles cujo espírito é controlado pelo Espírito Santo andam em humildade e mansidão; pois trabalham segundo os métodos de Cristo, e serão mantidos em perfeita paz, ao passo que aqueles que não são controlados pelo Espírito Santo assemelham-se ao mar agitado.

O Senhor nos deu um guia divino pelo qual podemos conhecer Sua vontade. Os que são egocêntricos e auto-suficientes não sentem sua necessidade de examinar a Bíblia, e ficam grandemente perturbados se os outros não têm as mesmas idéias defeituosas e não vêem as coisas do mesmo modo distorcido que eles. Aquele, porém, que é guiado pelo Espírito Santo lançou sua âncora além do véu, aonde Jesus entrou por nós. Ele examina as Escrituras com toda a diligência, buscando luz e conhecimento que o guiem em meio às perplexidades e aos perigos que espreitam seu caminho a cada passo. Os que são inquietos, queixosos, murmuradores, lêem a Bíblia com a finalidade de defender sua maneira de agir, e desprezam ou deturpam os conselhos de Deus. Aquele que tem paz colocou sua vontade ao lado da vontade de Deus, e almeja seguir a orientação divina. Signs of the Times, 14 de agosto de 1893.


RP - Pag. 76  

Longanimidade

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Col. 3:12.

O Capitão de nossa salvação a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, para que a humanidade pudesse ser unida à divindade. O homem deve representar a Cristo. Ele deve ser longânimo com os semelhantes, paciente, perdoador e cheio de amor como o de Cristo. Quem realmente é convertido manifestará respeito por seus irmãos; ele fará como Cristo ordenou. Jesus disse: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." João 13:34 e 35. Onde o amor de Cristo inunda a alma haverá uma expressão desse amor que será compreendida pelo mundo. ...

Nem todos os que usam o nome de Cristo são um com Ele. Aqueles que não têm o Espírito e a graça de Cristo não são dEle, não importa qual seja sua profissão. Pelos seus frutos os conhecereis. Os costumes e práticas segundo a maneira do mundo não cumprem os princípios da lei de Deus, não estando, portanto, impregnados de Seu Espírito, nem expressam Seu caráter. A semelhança com Cristo só será revelada pelos que se assemelham à imagem divina. Somente os que estão sendo moldados pela atuação do Espírito Santo são praticantes da Palavra de Deus, expressando a mente e a vontade do Senhor.

Há uma contrafação de cristianismo no mundo, bem como cristianismo genuíno. O verdadeiro espírito de um homem é manifesto pelo modo como ele trata seus semelhantes. Podemos fazer a pergunta: Representa ele o caráter de Cristo em espírito e ação, ou simplesmente manifesta os traços de caráter naturais e egoístas que pertencem ao povo deste mundo? A profissão nada vale para Deus. Antes que seja eternamente demasiado tarde para que os erros sejam endireitados, pergunte cada um a si mesmo: "Que sou eu?" Depende de nós mesmos se formaremos tal caráter que nos constitua membros da família real de Deus no Céu. Review and Herald, 9 de abril de 1895.


RP - Pag. 77  

Benignidade

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. Gál. 5:22 e 23.

Se temos Cristo habitando conosco, seremos cristãos tanto no lar como fora. Aquele que é cristão terá palavras bondosas para seus parentes e para aqueles com quem mantém relações. Será bondoso, cortês, amoroso, simpático, e estará se educando para pertencer à família do Céu. Se for um membro da família real, representará o reino para o qual irá. Falará amavelmente com seus filhos, pois compreenderá que eles também são herdeiros de Deus, membros da corte celestial. Entre os filhos de Deus não reina nenhum espírito de aspereza; pois "o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei". Gál. 5:22 e 23. O espírito que é acalentado no lar é o espírito que será manifestado na igreja.

Oh! devemos educar nosso coração a ser piedoso, gentil, terno, cheio de perdão e compaixão. Se bem que deixemos de lado toda vaidade, toda conversação tola, ridícula e zombadora, não devemos tornar-nos insensíveis, antipáticos e insociáveis. O Espírito do Senhor deve repousar sobre vós até que sejais como uma fragrante flor do jardim de Deus. Deveis falar da luz, de Jesus, o Sol da Justiça, até que sejais transformados de glória em glória, de caráter a caráter, indo de força em força, e refletindo mais e mais a preciosa imagem de Deus. Quando fizerdes isso, o Senhor escreverá nos livros do Céu: "Muito bem!", porque representais a Jesus.

Os cristãos não devem ser duros de coração e inacessíveis; Jesus deve ser refletido em nosso comportamento, e temos de ter um caráter embelezado com as graças celestiais. A presença de Deus deve ser uma presença permanente conosco; e onde quer que estivermos, cumpre-nos transmitir luz ao mundo. Os que vos rodeiam devem perceber que a atmosfera do Céu vos envolve. Review and Herald, 20 de setembro de 1892.


RP - Pag. 78  

Bondade

Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado, e, pelas tuas palavras, serás condenado. Mat. 12:36 e 37.

Deus quer que cheguemos individualmente à posição em que Ele possa outorgar-nos Seu amor. Ele atribuiu grande valor aos homens, resgatando-nos pelo sacrifício de Seu Filho unigênito, e devemos ver em nossos semelhantes a aquisição do sangue de Cristo. Se tivermos esse amor uns para com os outros, cresceremos em amor para com Deus e a verdade. Sentimo-nos penalizados ao ver quão pouco amor é acalentado em nosso meio. O amor é uma planta de origem celestial, e se queremos que floresça em nosso coração, temos de cultivá-lo diariamente. Brandura, delicadeza, longanimidade, não se exasperar, sofrer e suportar tudo - são estes os frutos da preciosa árvore do amor.

Quando estais reunidos uns com os outros, guardai vossas palavras. Seja vossa conversação de tal natureza que não preciseis arrepender-vos dela. "Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." Efés. 4:30. "O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más." Mat. 12:35. Caso esteja em vosso coração o amor da verdade, falareis a seu respeito. Falareis da bendita esperança que tendes em Jesus. Se tendes em vosso coração amor, procurareis fortalecer e edificar a vosso irmão na santíssima fé. Se cai uma palavra que seja nociva ao caráter de vosso amigo ou irmão, não animeis a maledicência. Ela é obra do inimigo. Lembrai bondosamente ao que fala que a Palavra de Deus proíbe essa espécie de conversação.

Devemos esvaziar o coração de tudo quanto contaminar o templo da alma, para que Cristo aí possa habitar. Nosso Redentor nos disse como O podemos revelar ao mundo. Se Lhe acalentarmos o Espírito, se manifestarmos Seu amor aos outros, se resguardarmos mutuamente os interesses, se formos bondosos, pacientes, tolerantes, o mundo terá demonstrações, pelos frutos que produzimos, de que somos os filhos de Deus. É a unidade da igreja que a habilita a exercer consciente influência sobre os incrédulos e os mundanos. Review and Herald, 5 de junho de 1888.


RP - Pag. 79  

Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Heb. 11:1.

Ao ir a Cristo tem de haver o exercício de fé. Precisamos introduzi-Lo em nossa vida diária; então teremos paz e alegria, e conheceremos por experiência pessoal o significado de Suas palavras: "Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; assim como também Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e no Seu amor permaneço." João 15:10. Nossa fé deve reivindicar a promessa de que podemos permanecer no amor de Jesus. Ele disse: "Tenho-vos dito estas coisas para que o Meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo." João 15:11.

A fé atua pelo amor e purifica a alma. Pela fé, o Espírito Santo tem acesso ao coração e aí produz santidade. O homem não poderá tornar-se um instrumento para realizar as obras de Cristo se não estiver em comunhão com Deus por meio do Espírito Santo. Só podemos estar aptos para o Céu mediante a transformação do caráter; se queremos ter acesso ao Pai, precisamos ter a justiça de Cristo como nossa credencial. Devemos ser participantes da natureza divina, livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo. Diariamente precisamos ser transformados pela influência do Espírito Santo; pois a obra do Espírito Santo é elevar os gostos, santificar o coração, enobrecer toda a pessoa, apresentando à alma os incomparáveis atrativos de Jesus.

Devemos contemplar a Cristo, e contemplando somos transformados. Temos de ir a Ele, como a uma fonte aberta e inexaurível, da qual podemos beber repetidamente e encontrar sempre novo suprimento. Devemos corresponder à atração de Seu amor, alimentar-nos do Pão da Vida que desceu do Céu, beber da Água da Vida que procede do trono de Deus. Temos de continuar olhando para cima, para que a fé nos una ao trono de Deus. Não olheis para baixo, como se estivésseis ligados à Terra. Não façais constantemente um exame de vossa fé, arrancando-a, como se fosse uma flor, para ver se tem alguma raiz. A fé cresce imperceptivelmente. Bible Echo, 15 de fevereiro de 1893.


RP - Pag. 80  

Mansidão

Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor. Efés. 4:2.

Convido-vos a olhar para o Homem do Calvário. Olhai para Aquele cuja cabeça foi coroada com a coroa de espinhos, que suportou a cruz da ignomínia, que desceu passo a passo o caminho da humilhação. Olhai para Aquele que foi um homem de dores e que sabia o que é padecer, que foi desprezado e rejeitado pelos homens. "Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si." Isa. 53:4. "Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados." Isa. 53:5. Olhai para o Calvário até que o vosso coração se enterneça diante do maravilhoso amor do Filho de Deus. Ele não deixou nada por fazer para que o homem caído pudesse ser elevado e purificado.

E não O havemos de confessar? Degradará a religião de Cristo àquele que a recebe? Não; não será degradação seguir os passos do Homem do Calvário. Sentemo-nos dia a dia aos pés de Jesus, e aprendamos dEle, para que em nossa conversação, em nossa conduta, no vestuário, e em todos os nossos negócios, revelemos o fato de que Jesus governa e reina sobre nós. Deus nos convida a andar no caminho traçado para os remidos do Senhor; não devemos andar no mundo. Cumpre-nos entregar tudo a Deus, e confessar Cristo diante dos homens.

"Aquele que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de Meu Pai, que está nos Céus." Mat. 10:33. Que direito temos nós de professar ser cristãos, negando, porém, nosso Senhor na vida e ações? "Quem não toma a sua cruz e vem após Mim não é digno de Mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por Minha causa achá-la-á." Mat. 10:38 e 39. Dia a dia devemos negar-nos a nós mesmos, tomar a cruz e seguir os passos do Mestre.

Oh! se pudesse vir sobre vós o batismo do Espírito Santo, para que fôsseis imbuídos do Espírito de Deus! Então, dia a dia vos tornaríeis mais e mais semelhantes à imagem de Cristo, e em cada ato de vossa vida, a pergunta seria: "Glorificará isto ao meu Mestre?" Por meio da paciente continuidade em fazer bem, buscareis glória e honra, e recebereis o dom da imortalidade. Review and Herald, 10 de maio de 1892.


RP - Pag. 81  

Temperança

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. I Cor. 10:31.

Deus exige que todos os homens entreguem o corpo a Ele como sacrifício vivo, não um sacrifício morto ou agonizante, um sacrifício que o seu próprio procedimento está debilitando e enchendo de impurezas e doenças. Deus requer um sacrifício vivo. Ele nos diz que o corpo é o templo do Espírito Santo, a habitação de Seu Espírito, e Ele exige que todos os que trazem Sua imagem cuidem do corpo para o Seu serviço e para Sua glória. "Não sois de vós mesmos", diz o apóstolo inspirado, "porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." I Cor. 6:19 e 20. Para fazer isso, acrescentai o conhecimento à virtude, a temperança ao conhecimento, e a paciência à temperança.

É um dever saber como preservar o corpo na melhor condição de saúde, e é dever sagrado viver à altura da luz que Deus graciosamente tem dado. Se fechamos os olhos à luz pelo temor de ver os erros que não desejamos abandonar, nossos pecados não são por isto amenizados, mas agravados. Se a luz é evitada num caso, será desconsiderada noutro.

Tão pecado é violar as leis de nosso ser, como quebrar um dos Dez Mandamentos, pois não podemos, num caso como no outro, deixar de quebrantar a lei de Deus. Não podemos amar o Senhor de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças enquanto estivermos amando nosso apetite, nossos gostos, mais do que amamos o Senhor. Estamos diariamente reduzindo nossa força para glorificar a Deus, quando é certo que Ele reivindica toda a nossa força, todo o nosso entendimento. Mediante nossos hábitos errôneos estamos debilitando o sustentáculo de nossa vida, e no entanto professando ser seguidores de Cristo, preparando-nos para o toque final da imortalidade. ...

Examinai atentamente vosso próprio coração e imitai em vossa vida o Modelo infalível, e tudo estará bem convosco. Preservai uma consciência limpa diante de Deus. Em tudo o que fizerdes, glorificai o Seu nome. Despojai-vos do egoísmo e do amor egoísta. Testimonies, vol. 2, págs. 70 e 71.


RP - Pag. 82  

Domínio Próprio

Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. Dan. 1:8.

A lição aqui apresentada é daquelas que bem faríamos em ponderar. Estrita obediência aos requisitos bíblicos será uma bênção tanto para o corpo como para a alma. O fruto do Espírito não é somente amor, alegria e paz, mas temperança também. É-nos ordenado que não contaminemos o corpo, pois ele é o templo do Espírito Santo.

Os hebreus cativos eram homens de paixões semelhantes às nossas. Em meio às sedutoras influências da luxuosa corte de Babilônia, permaneceram firmes. Os jovens de hoje estão cercados de engodos que os convidam à condescendência consigo mesmos. Especialmente em nossas grandes cidades, toda forma de satisfação sensual se torna fácil e convidativa. Aqueles que, como Daniel, se recusam a contaminar-se, colherão a recompensa dos hábitos de temperança. Com seu maior vigor físico e capacidade de resistência, possuem um depósito de onde sacar em caso de emergência.

Os hábitos físicos corretos promovem superioridade mental. Capacidade intelectual, vitalidade orgânica e longevidade dependem de leis imutáveis. O Deus da Natureza não intervirá para preservar os homens das conseqüências de transgredir os requisitos da Natureza. Aquele que luta pela vitória precisa ser temperante em tudo. A clareza mental e a firmeza de propósito de Daniel, sua capacidade de adquirir conhecimento e de resistir à tentação, deviam-se, em alto grau, à simplicidade de seu regime alimentar, aliada à sua vida de oração. ...

A história de Daniel e seus jovens companheiros foi registrada nas páginas da Palavra Inspirada para benefício dos moços de todos os séculos que se haviam de suceder. Mediante o registro de sua fidelidade aos princípios de temperança, está Deus falando hoje aos moços e moças, pedindo-lhes que apanhem os preciosos raios de luz que Ele deu quanto à temperança cristã, colocando-se na devida relação para com as leis de saúde. Youth´s Instructor, 9 de julho de 1903.


RP - Pag. 83  

Delicadeza

Fala com sabedoria, e a instrução da bondade [delicadeza] está na sua língua. Prov. 31:26.

O Senhor ajudará a cada um de nós onde mais necessitarmos de auxílio, na grande obra de vencer e sujeitar o próprio eu. Esteja em vossos lábios a lei da bondade, e o óleo da graça em vosso coração. Isso produzirá maravilhosos resultados. Sereis brandos, cheios de simpatia, corteses. Necessitais de todas essas graças. Importa que o Espírito Santo seja recebido e introduzido em vosso caráter; então, ele será qual fogo sagrado, produzindo incenso que ascenderá a Deus, não de lábios que condenam, mas como um restaurador das almas dos homens. Vossa fisionomia refletirá a imagem do divino. ...

Não deve ser pronunciada nenhuma palavra áspera, crítica, rude ou severa. Esse é um fogo comum e tem de ser deixado fora de todos os nossos concílios e no trato com os irmãos. Deus requer que toda alma ao Seu serviço acenda seu incensário com as brasas de fogo sagrado. As palavras comuns, severas, ásperas, que tão de pronto procedem de vossos lábios, têm de ser reprimidas e o Espírito de Deus falar através do agente humano. Contemplando o caráter de Cristo vos transformareis à Sua semelhança. A graça de Cristo, tão-somente, pode mudar-vos o coração, e então refletireis a imagem do Senhor Jesus. Deus nos convida a ser semelhantes a Ele - puros, santos e sem mácula. Devemos apresentar a imagem divina. SDA Bible Commentary, vol. 3, pág. 1.164.

Podemos falar das bênçãos do Espírito Santo e orar acerca do seu recebimento; a menos, porém, que o agente humano seja trabalhado pelo Espírito de Deus, ele revela que não O possui. Quando o Espírito molda e afeiçoa o caráter segundo a semelhança divina, Ele será claramente revelado em toda palavra que proferirmos e em tudo o que fizermos, mostrando para o mundo que existe acentuada diferença entre os filhos da luz e os filhos das trevas. O Senhor deseja que defendamos firmemente a fé que uma vez foi entregue aos santos. Devemos falar a verdade com amor. Nosso grande Mestre declara: "Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve." Mat. 11:29 e 30. Carta 84, 1899.


RP - Pag. 84  

Caridade

Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Isa. 58:6 e 7.

A verdade, preciosa verdade, é santificadora em sua influência. A santificação da alma pela operação do Espírito Santo é a implantação da natureza de Cristo na humanidade. É a graça de nosso Senhor Jesus Cristo revelada no caráter, e a graça de Cristo posta em prática em boas obras. Assim o caráter é transformado cada vez mais perfeitamente à imagem de Cristo em justiça e verdadeira santidade.

Há amplos requisitos na verdade divina que abrangem um aspecto após o outro de boas obras. As verdades do evangelho não são desconexas; unindo-se, elas formam uma fieira de jóias celestiais, como na obra pessoal de Cristo, e, como fios de ouro, elas atravessam toda a obra e experiência cristã. Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 198.

Qualquer negligência da parte dos que se dizem seguidores de Cristo, uma falha em aliviar as necessidades do irmão ou irmã que está levando o jugo da pobreza e opressão, é registrada nos livros do Céu como feita a Cristo na pessoa de Seus santos. Que ajuste de contas o Senhor terá com muitos, sim, muitos, que apresentam as palavras de Cristo a outros mas deixam de manifestar terna simpatia e consideração por um irmão na fé menos afortunado e menos bem-sucedido que eles. Beneficência Social, pág. 210.

Muitos deixarão que um irmão lute sob circunstâncias adversas, dando assim a impressão, a uma alma preciosa, de estarem desse modo representando a Cristo. Não é assim; Jesus, que era rico, Se fez pobre por amor de nós, para que pela Sua pobreza nos tornássemos ricos. Para que pudesse salvar o pecador, Ele não reteve Sua própria vida. O coração de Cristo sempre se comove com a aflição humana. Ellen G. White 1888 Materials, pág. 1.270.


RP - Pag. 85  

Contentamento

Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Filip. 4:11.

Deus tem Suas fiéis testemunhas, que não tentam fazer aquilo que Cristo declarou impossível, isto é, buscar servir a Deus e a Mamom ao mesmo tempo. São luzes ardentes e brilhantes em meio às trevas morais do mundo, e à densa escuridão que, qual mortalha, cobre o povo. Os membros da igreja de Cristo devem ser dominados individualmente pelo Espírito Santo, para que não tenham uma experiência instável e vacilante. Eles devem estar arraigados e firmados na verdade.

Quando a alegria do salvífico poder da justiça de Cristo é corretamente compreendida por conhecimento experimental, haverá vital interesse na igreja, haverá os que ensinem os caminhos de Deus aos transgressores, e pecadores se converterão à verdade como é em Jesus. São os que professam a religião que precisam converter-se; pois Satanás pôs em campo seus enganos sobre suas almas.

Aquele que é posto em contato pessoal com Cristo torna-se um santo templo para o Senhor; pois Jesus foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção para o crente. Quem se entregou inteiramente a Deus tem consciência da salvífica presença de Cristo. É possuidor de paciência espiritual e tem a paz de espírito que advém de aprender dAquele que é manso e humilde de coração. Confiando em Jesus como sua eficiência e justiça, tal pessoa tem a alma repleta de agradável contentamento.

Que é a alegria do cristão? Ela é o resultado da consciência da presença de Cristo. Que é o amor do cristão? Ele é o reflexo do amor de Cristo. É o efeito da operação do Espírito Santo. Olhando para a cruz do Calvário, vemos Jesus morrendo pelos pecados do mundo, a fim de que, por Sua morte, vida e imortalidade pudessem ser trazidas à luz para o bem da alma contrita. Jesus é tudo em todos, e sem Ele nada podemos fazer. Sem Cristo, a vida espiritual seria impossível. Review and Herald, 4 de dezembro de 1894.


RP - Pag. 86  

Gratidão

Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. I Tess. 5:18.

Há muita inquietação desnecessária, muita preocupação, sobre coisas que não podem ser remediadas. O Senhor quer que Seus filhos ponham sua confiança plenamente nEle. Nosso Senhor é Deus justo e reto; Seus filhos devem reconhecer Sua bondade e justiça nas grandes e pequenas coisas da vida. Os que nutrem o espírito da inquietação e queixumes recusam-se a reconhecer a guiadora mão divina. A ansiedade desnecessária é tolice; e nos impede de nos situarmos na legítima atitude perante Deus.

Quando o Espírito Santo vem à alma, não há desejo de queixas e murmurações por não termos tudo que desejamos; antes, daremos graças a Deus, de pleno coração, pelas bênçãos que fruímos. Há grande necessidade de mais gratidão entre nossos obreiros, hoje em dia; e enquanto não tiverem este espírito, não estarão preparados para um lugar no reino dos Céus. Há uma poderosa obra a ser efetuada para cada um de nós. Compreendemos bem pouco do que Deus deseja realizar por nosso intermédio. Devemos procurar compreender a amplitude de Seus planos e tirar proveito de toda lição que Ele tem procurado ensinar-nos.

É causado grande dano na imaginação de nosso coração e mente quando procuramos seguir nosso próprio caminho, em oposição à lei da bondade. É aqui que muitos fracassam. Não cultivamos uma disposição bondosa; queremos que tudo nos advenha com facilidade. Mas a questão da maior importância para cada um de nós não deve ser como podemos realizar nossos planos contra os planos dos outros, e, sim, como podemos ter o poder para viver cada dia para Cristo. Cristo veio à Terra e deu Sua vida para que pudéssemos ter salvação eterna. Quer circundar a cada um de nós com a atmosfera celestial, para que possamos dar ao mundo um exemplo que honre a religião de Cristo. Loma Linda Messages, pág. 602.


RP - Pag. 87  

Harmonia

Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação. Efés. 4:3 e 4.

O Espírito Santo trabalhará com o consagrado instrumento humano; pois este é o propósito de Deus. O Senhor abriu uma porta entre o Céu e a Terra, que poder algum poderá fechar. Ele convida cada ser humano a ser puro, santo, santificado, a fim de que possa ser realizada a obra para este tempo. Quando o povo de Deus se colocar na devida relação para com Ele e uns para com os outros, haverá plena concessão do Espírito Santo para a combinação harmoniosa de todo o corpo.

Nada enfraquece tão evidentemente uma igreja como a desunião e a contenda. Coisa alguma combate mais contra Cristo e a verdade do que este espírito. "Pelos seus frutos os conhecereis." Mat. 7:20. "Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce. Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras." Tia. 3:11-13.

"Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados." Heb. 12:12-15.

Enquanto estivermos neste mundo precisamos estar ligados uns aos outros. A humanidade está entrelaçada e interligada com a humanidade. Como cristãos, somos membros uns dos outros. O Senhor nos fez assim, e quando vêm desapontamentos, não devemos pensar o pior uns dos outros. Somos membros individuais do corpo geral. No desamparo e no desapontamento, estamos pelejando os combates da vida, e o Senhor quer que nós, como Seus filhos e filhas, a quem Ele chama de amigos, ajudemos uns aos outros. Isto deve fazer parte de nosso trabalho cristão prático. Signs of the Times, 7 de fevereiro de 1900.


RP - Pag. 88  

Unidade

Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em Nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste. João 17:20 e 21.

A harmonia e a união que existem entre homens de disposições várias constituem o mais forte testemunho que se possa dar de que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar os pecadores. É nosso privilégio dar este testemunho. Mas para isso fazer, precisamos colocar-nos sob a ordem de Cristo. Nosso caráter tem que ser moldado de conformidade com o caráter dEle, nossa vontade tem que ser rendida à Sua. Então trabalharemos juntos sem um pensamento de colisão.

Pequeninas divergências acariciadas levam a ações que destroem a comunhão cristã. Não permitamos ao inimigo alcançar assim vantagens sobre nós. Continuemos aproximando-nos mais de Deus e uns dos outros. Então seremos como árvores de justiça, plantadas pelo Senhor e regadas pelo rio da vida. E quão frutíferos seremos! Não disse porventura Cristo: "Nisto é glorificado Meu Pai, que deis muito fruto"? João 15:8.

O coração do Salvador está posto em Seus seguidores que cumprem o propósito de Deus em toda a Sua altura e profundidade. Devem eles ser um nEle, embora se achem espalhados por todo o mundo. Mas Deus não os pode fazer um em Cristo, a menos que estejam dispostos a renunciar a sua vontade pela vontade dEle.

Quando o povo de Deus crer plenamente na oração de Cristo, quando praticarem na vida diária as instruções contidas na mesma, ver-se-á em nossas fileiras unidade de ação. Irmão achar-se-á ligado a irmão, pelos laços áureos do amor de Cristo. O Espírito de Deus, unicamente, é que pode efetuar esta unidade. Aquele que Se santificou a Si mesmo, pode santificar também Seus discípulos. A Ele unidos, achar-se-ão também unidos entre si mesmos, na mais santa fé. Quando buscarmos esta unidade com o empenho que Deus deseja empreguemos, ela nos virá. Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 246 e 247.


RP - Pag. 89  

Concórdia

Eu lhes tenho transmitido a glória que Me tens dado, para que sejam um, como Nós o somos; Eu neles e Tu em Mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu Me enviaste e os amaste, como também amaste a Mim. João 17:22 e 23.

Que consecuções são apresentadas para o empenho dos cristãos, mas quão deficientes são as nossas práticas! Se as nossas práticas estivessem em harmonia com a ordem de nosso Senhor, o resultado seria glorioso. Ele diz: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em Nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste." João 17:20 e 21. ...

Jesus não orou pelo que não podia ser obtido por nós, e se essa unidade é possível, por que os que são seguidores professos de Cristo não se esforçam mais diligentemente para obter esta condição de graça? Quando formos um com Cristo, seremos um com os Seus seguidores. A grande necessidade da alma é Jesus, a esperança da glória. Esta unidade pode ser obtida por meio do Espírito Santo, e o amor pelos irmãos será abundante, fazendo que os homens reconheçam que temos estado com Jesus e aprendido dEle. Nossa vida será um reflexo de Seu santo caráter. Como crentes nEle, representaremos Sua mansidão de espírito, Sua delicadeza nas maneiras. As pessoas que compõem a igreja de Deus precisam atender individualmente à oração de Cristo, até que todos cheguemos à unidade do Espírito.

O que é que causa dissensão e discórdia? Isso é o resultado de andar separado de Cristo. Distantes dEle, perdemos nosso amor por Ele e nos tornamos indiferentes aos Seus seguidores. Quanto mais os raios de luz se afastam do centro, tanto mais eles se separam uns dos outros. Cada crente é um raio de luz de Cristo, o Sol da Justiça. Quanto mais de perto andarmos com Cristo, o centro de todo o amor e luz, maior será nosso afeto pelos Seus portadores de luz. Quando os santos são atraídos para bem perto de Cristo, eles têm de ser, necessariamente, atraídos para bem perto uns dos outros, pois a santificadora graça de Cristo lhes unirá os corações. Não podeis amar a Deus e, no entanto, deixar de amar vossos irmãos. Ellen G. White 1888 Materials, págs. 1.048 e 1.049.


RP - Pag. 90  

Amor Fraternal

Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Rom. 12:10.

Quando o Espírito de Deus atua sobre mentes humanas, todas as mesquinhas queixas e acusações entre o homem e seus semelhantes são eliminadas. Os brilhantes raios do Sol da Justiça incidirão nos recessos da mente e do coração. Em nosso culto a Deus não haverá distinção entre ricos e pobres, brancos e pretos. Todo preconceito será dissipado. Quando nos aproximarmos de Deus, isto será como uma irmandade. Somos peregrinos e estrangeiros em viagem para uma pátria superior, isto é, celestial. Ali todo orgulho, toda acusação, todo engano pessoal terminarão para sempre. Toda máscara será posta de lado, e "havemos de vê-Lo como Ele é". I João 3:2. Ali os nossos cânticos captarão o tema inspirador, e louvor e ações de graça ascenderão a Deus. Review and Herald, 24 de outubro de 1899.

O Senhor Jesus veio ao nosso mundo para salvar homens e mulheres de todas as nacionalidades. ... Jesus veio lançar luz sobre todo o mundo. No começo de Seu ministério Ele anunciou Sua missão: "O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor." Luc. 4:18 e 19. ...

O olhar do Senhor está sobre todas as Suas criaturas; Ele as ama, e não faz diferença entre brancos e pretos, exceto que tem especial e terna piedade dos que são chamados a levar um fardo maior do que os outros. Os que amam a Deus e crêem em Cristo como seu Redentor, embora tenham de enfrentar as provações e dificuldades que há em seu caminho, deviam com ânimo aceitar sua vida assim como é, considerando que Deus lá no alto atenta para essas coisas, e Ele mesmo os compensará com o melhor dos favores por tudo que o mundo deixa de conceder. Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 487 e 488.


RP - Pag. 91  

Generosidade

Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. II Cor. 8:2.

É somente quando os motivos cristãos são plenamente reconhecidos e a consciência é despertada para o dever, quando a luz divina faz impressão sobre o coração e o caráter, que o egoísmo é vencido, e o Espírito de Cristo é exemplificado. O Espírito Santo, trabalhando no coração e no caráter do homem, expulsará toda a tendência para a cobiça e para o procedimento enganoso.

Quando o mensageiro do Senhor transmite uma mensagem à igreja, Deus está falando ao povo, despertando a consciência para ver que eles não estão entregando um dízimo honesto ao Senhor, e que, quando não era conveniente dar, deixaram de apresentar-Lhe suas ofertas. Eles têm usado o dinheiro do Senhor para si mesmos, na construção de casas, na compra de cavalos, carruagens ou terras. Fazem isso na esperança de grandes retornos, e cada ano têm a mesma desculpa. "Roubará o homem a Deus?" Mal. 3:8. Oh! sim, ele tem feito isto muitas vezes, por não ter sido espiritual para discernir as coisas espirituais.

Em algumas ocasiões, o Senhor tem decididamente impressionado homens mundanos e egoístas. Sua mente foi iluminada pelo Espírito Santo, seu coração sentiu-Lhe a influência enternecedora e subjugadora. Sob o senso da abundante misericórdia e graça de Deus, sentiram ser seu dever promover Sua causa, desenvolver Seu reino. Lembraram-se do requisito: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a Terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam." Mat. 6:19 e 20. Sentiram o desejo de ter uma parte no reino de Deus e se comprometeram a dar de seus meios para algum dos vários empreendimentos da causa do Senhor. Tal promessa não foi feita a um homem, mas a Deus, na presença de Seus anjos, que estavam impressionando o coração desses homens egoístas, amantes do dinheiro. Review and Herald, 23 de maio de 1893.


RP - Pag. 92  

Beneficência

Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra. II Cor. 9:7 e 8.

Quando o coração dos homens é abrandado pela presença do Espírito de Deus, eles são mais susceptíveis às impressões do Espírito Santo, e tomam resoluções no sentido de negar ao próprio eu e sacrificar-se pela causa de Deus. É quando a luz divina ilumina o mais íntimo do espírito com clareza e poder incomuns, que os sentimentos do homem natural são vencidos, que o egoísmo perde sua força sobre o coração, e despertam-se desejos de imitar o Modelo, Jesus Cristo, no exercer beneficência e abnegação. A disposição do homem naturalmente egoísta, torna-se assim bondosa e compassiva para com os pecadores perdidos, e ele faz um voto solene a Deus, como fizeram Abraão e Jacó.

Nessas ocasiões acham-se presentes anjos celestes. O amor para com Deus e as almas triunfa sobre o egoísmo e sobre o amor do mundo. Isso, especialmente, quando o pregador, no Espírito e poder de Deus, apresenta o plano da redenção, estabelecido pela Majestade do Céu no sacrifício da cruz. ...

Deus deu ao homem uma parte em efetuar a salvação de seus semelhantes. Ele pode operar em ligação com Cristo, mediante o praticar atos de misericórdia e beneficência. Não os pode redimir, porém, pois não é apto a satisfazer os reclamos da justiça ofendida. Isto, unicamente o Filho de Deus pode fazer, pondo de parte Sua honra e glória, revestindo Sua divindade com a humanidade, e vindo à Terra para Se humilhar a Si mesmo, e derramar o próprio sangue em favor da raça humana.

Ao comissionar os discípulos a irem "por todo o mundo" e pregarem "o evangelho a toda a criatura" (Mar. 16:15), Cristo designou aos homens a obra de propagarem o evangelho. Enquanto, porém, alguns vão a pregar, Ele pede a outros que Lhe atendam às reivindicações quanto aos dízimos e ofertas com que se possa sustentar o ministério e disseminar a verdade impressa pela Terra inteira. Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 550 e 551.


RP - Pag. 93  

Pureza

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Mat. 5:8.

Quando uma pessoa está inteiramente vazia do próprio eu, quando todo falso deus é expulso da alma, o vazio é preenchido com a comunicação do Espírito de Cristo. Essa pessoa possui a fé que atua pelo amor e purifica a alma de toda contaminação moral e espiritual. O Espírito Santo, o Consolador, pode operar no coração, influenciando e orientando, de modo que ela aprecie as coisas espirituais. Está de conformidade com o Espírito, e pensa nas coisas do Espírito. Não confia em si mesma; Cristo é tudo em todos. A verdade está sendo constantemente revelada pelo Espírito Santo; a pessoa recebe com mansidão a palavra implantada e rende toda a glória ao Senhor, dizendo: "Deus no-lo revelou pelo Espírito." I Cor. 2:10. "Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente." I Cor. 2:12.

O Espírito que revela, também opera na pessoa os frutos da justiça. Cristo é nela "uma fonte a jorrar para a vida eterna". João 4:14. Ela é um ramo da Videira verdadeira, e produz ricos cachos de fruto para a glória de Deus. Qual é a natureza do fruto produzido? "O fruto do Espírito é amor." Note as palavras - "amor", não ódio; "alegria", não descontentamento e queixumes; "paz", não irritação, ansiedade, e provações engendradas. É "longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei". Gál. 5:22 e 23.

Os que possuem esse Espírito são sinceros coobreiros de Deus; os seres celestiais cooperam com eles, e vão cheios do espírito da mensagem da verdade que levam. São um espetáculo ao mundo, a anjos e a homens. São enobrecidos e aprimorados pela santificação do Espírito e fé na verdade. Não introduziram madeira, feno e palha no tesouro da alma, mas ouro, prata e pedras preciosas. Falam palavras de sólido juízo, e do tesouro do coração tiram coisas puras e sagradas, segundo o exemplo de Cristo. Home Missionary, 1º de novembro de 1893.


RP - Pag. 94  

Asseio Exterior

No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura. Prov. 31:21 e 22.

Educai, educai, educai. Os pais que aceitam a verdade devem ajustar seus hábitos e práticas às instruções dadas por Deus. O Senhor deseja que todos se lembrem de que o serviço de Deus é um serviço puro e santo, e que aqueles que aceitam a verdade precisam ser purificados na disposição, no temperamento, no coração, na conversação, no vestuário e no lar, de modo que os anjos de Deus, invisíveis a eles, venham ministrar aos que hão de herdar a salvação.

Todos os que se unem à igreja devem revelar uma transformação de caráter que demonstre sua reverência pelas coisas sagradas. Toda a sua vida deve ser moldada de acordo com o aprimoramento de Cristo Jesus. Os que se unem à igreja devem ser suficientemente humildes para receber instruções sobre os pontos em que são negligentes e em que podem e devem mudar. Eles precisam exercer uma influência cristã. Aqueles que não fazem mudança alguma nas palavras e na maneira de proceder, no seu vestuário ou em seus lares, estão vivendo para si mesmos e não para Cristo. Não foram criados de novo em Cristo Jesus, para purificação do coração e dos aspectos exteriores.

Os cristãos serão julgados pelo fruto que produzem na obra reformatória. Todo cristão genuíno mostrará o que a verdade do evangelho tem realizado para ele. Aquele que passou a ser um filho de Deus deve desenvolver hábitos de asseio e limpeza. Todo ato, por pequeno que seja, tem sua influência. O Senhor deseja tornar cada ser humano um instrumento por meio do qual Cristo possa manifestar Seu Espírito Santo. Os cristãos de modo algum devem ser descuidados ou indiferentes quanto a sua aparência exterior. Devem vestir-se com asseio e elegância, posto que sem luxo e sem adornos. Devem ser puros interior e exteriormente. Testimonies to Southern Africa, pág. 87.


RP - Pag. 95  

Obediência

Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento. I Ped. 1:14 e 15.

O que Deus requer? Perfeição; nada menos do que perfeição. Mas, se queremos ser perfeitos, não devemos confiar no próprio eu. Diariamente precisamos saber e compreender que o próprio eu não deve ser objeto de confiança. Devemos apegar-nos às promessas de Deus com firme fé. Precisamos pedir o Espírito Santo com pleno reconhecimento de nosso próprio desamparo. Então, quando o Espírito Santo operar, não daremos glória ao próprio eu. O Espírito Santo tomará graciosamente o coração à Sua guarda, trazendo-lhe os brilhantes raios do Sol da Justiça. Seremos guardados pelo poder de Deus, mediante a fé.

Quando estivermos diariamente sob o controle do Espírito de Deus, seremos observadores dos mandamentos. Podemos demonstrar ao mundo que a obediência aos mandamentos de Deus traz sua recompensa, mesmo nesta vida, e eterna felicidade na vida futura. Não obstante nossa profissão de fé, o Senhor, que pesa nossas ações, vê somente uma imperfeita representação de Cristo. Ele tem declarado que tal estado de coisas não pode glorificá-Lo.

É muito significativo confiar a guarda da alma a Deus. Significa que devemos viver e andar pela fé, não confiando no próprio eu nem o glorificando, mas olhando a Jesus, nosso Advogado, como o Autor e Consumador de nossa fé. O Espírito Santo realizará sua obra no coração que é contrito, mas não pode atuar em alguém cheio de orgulho e pretensão. Este, em seu entender, teria capacidade para corrigir a si mesmo. O eu se interpõe entre sua alma e o Espírito Santo. O Espírito Santo atuará se o eu não se interpuser.

Onde está nossa dependência? Onde está nossa ajuda? A Palavra de Deus nos diz: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." João 14:26. O Espírito Santo está disposto a cooperar com todos os que O receberem e forem ensinados por Ele. Todos os que se apegam à verdade e são santificados mediante a verdade se acham tão unidos com Cristo que podem representá-Lo em palavra e ação. Manuscript Releases, vol. 12, págs. 52 e 53.


RP - Pag. 96  

Confiança

Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Heb. 10:35.

João diz: "Esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve quanto ao que Lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito." I João 5:14 e 15. Alonguemo-nos muito sobre estes pontos perante o povo, para que suas idéias sejam ampliadas, e aumentada sua fé. Eles devem ser encorajados a pedir bastante, e esperar sem qualquer dúvida as riquezas de Sua graça; pois por meio de Jesus podemos entrar na sala de audiência do Altíssimo. Pelos Seus méritos temos acesso ao Pai em um Espírito.

Oxalá tenhamos mais profunda experiência na oração! Podemos achegar-nos a Deus com confiança, sabendo o que é ter a presença e o poder de Seu Santo Espírito. Podemos confessar nossos pecados, e aí mesmo, enquanto pedimos, saber que Ele perdoa nossas transgressões, porque prometeu perdoar. Temos de ter fé, e manifestar genuíno fervor e humildade. Nunca podemos fazer isso sem a graça do Espírito Santo. Devemos prostrar-nos aos pés de Jesus e não acalentar nenhum traço de egoísmo, não revelar nenhum indício de exaltação pessoal, mas buscar o Senhor com simplicidade, pedindo Seu Espírito Santo como uma criancinha pede alimento a seus pais.

Devemos desempenhar nossa parte, aceitar a Cristo como nosso Salvador pessoal e, estando em pé sob a cruz do Calvário, "olhar e viver". Deus separa Seus filhos para Si. E, ao se ligarem com Ele, eles têm poder junto a Deus, e prevalecem. Por nós mesmos nada podemos fazer; mas, por meio da graça de Seu Espírito Santo, são comunicadas vida e luz, e a alma fica repleta de intenso e sincero anseio de Deus, de santidade. Então é que Cristo nos conduz ao trono da graça e nos cobre com Sua justiça; pois o Senhor Deus do Céu nos ama. Seríamos voluntariosamente cegos e obstinados ao duvidar que Seu coração é propício a nós. Enquanto Jesus, nosso Intercessor, pleiteia por nós no Céu, o Espírito Santo efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. Todo o Céu está interessado na salvação da alma. Então, que razão temos para duvidar que o Senhor nos ajuda e nos ajudará? Signs of the Times, 3 de outubro de 1892.


RP - Pag. 97  

Piedade

Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para Si. Gên. 5:24.

Piedade é o fruto do caráter cristão. Se permanecermos na Videira, produziremos os frutos do Espírito. A vida da Videira se manifestará através dos ramos. Devemos manter forte e íntima ligação com o Céu, se almejamos a graça da piedade. Jesus deve ser um hóspede contínuo em nossos lares, um membro de nossa família, se desejamos refletir Sua imagem e mostrar que somos filhos e filhas do Altíssimo.

A religião é uma coisa bela no lar. Se o Senhor habitar conosco, sentiremos que somos membros da família de Cristo no Céu. Compreenderemos que os anjos nos estão observando, e nossas maneiras serão gentis e tolerantes. Estaremos preparados para entrar nas cortes celestes mediante o cultivo da cortesia e piedade. Nossa conversação será santa e nossos pensamentos se concentrarão nas coisas celestiais.

Enoque andou com Deus. Ele honrou a Deus em todos os passos da vida. Em seu lar e nos negócios sempre inquiria: "Será isto aceitável ao Senhor?" E por lembrar-se sempre de Deus e seguir Seus conselhos, foi transformado em caráter, e tornou-se um santo homem, cujos caminhos agradavam ao Senhor. Somos exortados a acrescentar à piedade, amor fraternal. Oh! quanto necessitamos dar esse passo, acrescentar essa qualidade ao nosso caráter! Em muitos de nossos lares é manifestado um espírito severo, combativo. Palavras de crítica e ações indelicadas são desagradáveis a Deus. Ordens ditatoriais e maneiras arrogantes, autoritárias, não agradam ao Céu. A razão por que há tantas divergências entre os irmãos é terem deixado de acrescentar o amor fraternal. Devemos ter para com os outros aquele amor que Cristo tem manifestado por nós.

O verdadeiro valor de um homem é avaliado pelo Senhor do Céu. Se ele é grosseiro em seu lar terrestre, é imerecedor do lar celeste. Se sua vontade tem livre curso, não importa a quem ela agrave, ele não se sentirá contente no Céu, a não ser que pudesse dominar ali. O amor de Cristo deve controlar nosso coração, e a paz de Deus habitará em nosso lar. Review and Herald, 21 de fevereiro de 1888.


RP - Pag. 98  

Santidade

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Heb. 12:14.

Desde a eternidade, Deus escolheu homens para serem santos. "Esta é a vontade de Deus [a vosso respeito]: a vossa santificação." I Tess. 4:3. O eco de Sua voz chega até nós, dizendo constantemente: "Mais santo, mais santo ainda." E nossa resposta sempre deve ser: "Sim, Senhor, mais santo ainda."

Homem algum recebe santidade como direito de nascimento ou como dádiva de qualquer outro ser humano. Santidade é dom de Deus por meio de Cristo. Os que recebem o Salvador tornam-se filhos de Deus. São Seus filhos espirituais, nascidos de novo, renovados em justiça e verdadeira santidade. A mente deles está mudada. Contemplam as realidades eternas com visão mais clara. São adotados na família de Deus, e tornam-se semelhantes a Sua imagem, mudados pelo Seu Espírito de glória em glória. De pessoas que dedicavam supremo amor a si mesmas, tornam-se pessoas que dedicam supremo amor a Deus e a Cristo.

"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo." Rom. 5:1. Justificação significa perdão. Quer dizer que o coração, purificado de obras mortas, está preparado para receber a bênção da santificação. Deus nos disse o que precisamos fazer para receber esta bênção. "Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas; para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo." Filip. 2:12-15.

O amor de Deus, acalentado no coração e revelado nas palavras e nos atos, fará mais para elevar e enobrecer os seres humanos do que tudo o mais poderia fazer. Na vida de Cristo, este amor encontrou plena e completa expressão. Na cruz de Cristo, o Salvador fez expiação pela raça caída. Santidade é o fruto deste sacrifício. É porque Ele morreu por nós que nos é prometida essa grande dádiva. E Cristo almeja concedê-la a nós. Ele almeja tornar-nos participantes de Sua natureza. Almeja salvar os que, pelo pecado, se separaram de Deus. Convida-os a escolherem Seu serviço, a se colocarem inteiramente sob o Seu domínio, a aprenderem dEle como fazer a vontade de Deus. Signs of the Times, 17 de dezembro de 1902.


RP - Pag. 99  

Humildade

Orei ao Senhor, meu Deus, confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos; temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos Teus mandamentos e dos Teus juízos. Dan. 9:4 e 5.

A santificação espúria leva consigo um espírito jactancioso e farisaico, que é estranho à religião da Bíblia. Mansidão e humildade são frutos do Espírito. O profeta Daniel é um exemplo de verdadeira santificação. Seus longos anos foram cheios de nobre serviço a seu Mestre. Foi um homem "muito amado" (Dan. 10:11) pelo Céu, e foram-lhe concedidas tais honras que raramente têm sido conferidas a seres humanos. No entanto, sua pureza de caráter e inabalável fidelidade só eram igualados por sua humildade e contrição.

Ao invés de ter a pretensão de ser puro e santo, esse honrado profeta, quando pleiteava perante Deus em prol de seu povo, identificou-se com os que positivamente eram pecadores em Israel: "Não lançamos as nossas súplicas perante a Tua face fiados em nossas justiças, mas em Tuas muitas misericórdias." Dan. 9:18. "Temos pecado e procedido perversamente." Dan. 9:15. E "por causa dos nossos pecados e por causa das iniqüidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o Teu povo opróbrio". Dan. 9:16.

Ele declara: "Falava eu ainda, e orava, e confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de Israel. ..." Dan. 9:20. E quando, em ocasião posterior, o Filho de Deus lhe apareceu em resposta a suas orações, a fim de lhe dar instrução, diz Daniel: "O meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma." Dan. 10:8.

Os que realmente procuram aperfeiçoar um caráter cristão não condescenderão com o pensamento de que são sem pecado. Quanto mais o seu espírito se demora no caráter de Cristo, e quanto mais se aproximam de Sua imagem divina, mais claramente discernem Sua imaculada perfeição e sentem mais profundamente suas próprias fraquezas e defeitos. Os que afirmam ser sem pecado evidenciam estar longe de ser santos. É por não terem verdadeiro conhecimento de Cristo que podem achar que estão refletindo Sua imagem. Quanto maior a distância entre eles e seu Salvador, mais justos parecerão aos seus próprios olhos. The Spirit of Prophecy, vol. 4, págs. 301 e 302.


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Dependência

Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Filip. 3:12.

A experiência do cristão em seu primeiro amor está cheia de simplicidade e frescor; mas, ao se multiplicarem as suas oportunidades, sua experiência deve ampliar-se, e seu conhecimento aumentar. Ele deve tornar-se forte para assumir responsabilidades e sua maturidade deve ser proporcional a seus privilégios. ...

A menos que haja, porém, constante dependência de Cristo, crescente conhecimento e privilégios resultarão em demasiada confiança em si mesmo e presunção. O jovem cristão está em perigo de olvidar que foi Cristo quem começou a boa obra nele, e que é Cristo que tem de completá-la. A alma precisa renunciar a todo mérito e confiar inteiramente no mérito dAquele que é demasiado sábio para errar. Por si mesmo, o homem não pode fazer nada que seja bom. Disse Jesus: "Sem Mim nada podeis fazer." João 15:5. A alma deve firmar-se em Deus.

Todo o Céu foi vertido na dádiva de Cristo, e por meio de Cristo é o Espírito Santo prometido ao crente. Jesus disse a Seus discípulos: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." João 14:26. Cristo não somente oferece perdão à alma que crê e se arrepende, mas promete-lhe a constante ajuda do Espírito Santo.

No crescimento da semente no solo, o homem não pode ver a atuação de meios invisíveis que desenvolvem a planta até à maturação, produzindo primeiro a haste, depois a espiga, e então o grão cheio na espiga. Embora sejais novos na fé, podeis saber que passastes da morte para a vida se os frutos do Espírito se manifestam em vossa vida. Se estais crescendo na fé, na esperança e no amor, podeis saber que vossa visão espiritual foi aclarada. Se tendes grande prazer em vos demorar no plano da salvação e nas gloriosas manifestações do caráter divino, se o vosso coração, na contemplação do amor de Deus, fulgura com gratidão e alegria, podeis estar certos de que fostes iluminados pelos raios do Espírito Santo, e instrumentos celestiais estão conduzindo vosso caráter à maturidade da vida cristã. Signs of the Times, 27 de março de 1893.


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Semelhança com Cristo

Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-Lo como Ele é. I João 3:2.

Cristo virá em breve, sobre as nuvens do céu, e devemos estar preparados para recebê-Lo, sem termos mácula, nem ruga, nem coisa semelhante. Devemos aceitar agora o convite de Cristo. Ele diz: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma." Mat. 11:28 e 29. As palavras de Cristo a Nicodemos são de valor prático para nós hoje: "Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de Eu te dizer: Importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito." João 3:5-8.

O poder de Deus para converter tem de atuar em nosso coração. Temos de estudar a vida de Cristo e imitar o Modelo divino. Temos de demorar o pensamento na perfeição de Seu caráter, e ser transformados em Sua imagem. Não entrará no reino de Deus ninguém cujas paixões não tenham sido subjugadas, cuja vontade não tenha sido levada em cativeiro à vontade de Cristo.

O Céu é isento de todo pecado, de toda contaminação e impureza; e se quisermos viver em sua atmosfera, se quisermos contemplar a glória de Cristo, temos de ser puros de coração, perfeitos no caráter, por Sua graça e justiça. Não devemos enlevar-nos com prazeres e diversões, mas estar-nos habilitando para as gloriosas mansões que Cristo foi preparar-nos. Se somos fiéis, procurando ser uma bênção para outros, pacientes em fazer o bem, Cristo, em Sua volta, nos coroará com glória, honra e imortalidade. Review and Herald, 28 de abril de 1891.....

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