Fé e Obras

CAPÍTULO 18

Tão Puro em sua Esfera Como Deus na DEle

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"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos." I João 3:2. A herança do povo de Deus é discernida por meio da fé na Palavra de Deus. "A vida eterna é esta: que conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3.

Pela fé os filhos de Deus obtêm um conhecimento de Cristo e acalentam a esperança de Seu aparecimento para julgar o mundo com justiça, até que se torne uma gloriosa expectativa; pois então O verão como Ele é, e se tornarão semelhantes a Ele, e sempre estarão com o Senhor. Os santos que dormem serão então chamados para fora de suas sepulturas, para uma gloriosa imortalidade. Quando chegar o dia do livramento, então vereis outra vez a diferença entre o que serve a Deus e o que não O serve. Quando Cristo vier, será para ser admirado por todos os que crêem, e os reinos deste mundo tornar-se-ão os reinos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Os que estão aguardando a revelação de Cristo nas nuvens do céu com poder e grande glória, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, procurarão representá-Lo perante o mundo na vida e no caráter. "E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro." I João 3:3. Odiarão o pecado e a iniqüidade, assim como Cristo odiou o pecado. Guardarão os mandamentos de Deus, como Cristo guardou os mandamentos de Seu Pai. Compreenderão que não basta aquiescer


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nas doutrinas da verdade, mas a verdade tem de ser aplicada ao coração e praticada na vida, a fim de que os seguidores de Cristo possam ser um com ele e os homens sejam tão puros em sua esfera com Deus na dEle.

Não só Ouvintes, mas Praticantes

Tem havido homens em todas as gerações que têm afirmado ser filhos de Deus, pagando o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas levando uma vida iníqua, por negligenciarem os preceitos mais importantes da lei - a misericórdia, a justiça e o amor de Deus.

Há muitos hoje em dia que se encontram num engano similar; pois, embora tenham uma aparência de grande santidade, não são praticantes da Palavra de Deus. Que se pode fazer para abrir os olhos dessas pessoas que se iludiram a si mesmas, se não apresentar-lhes um exemplo de verdadeira piedade, não sendo nós mesmos somente ouvintes, mas também praticantes dos mandamentos do Senhor, refletindo assim a luz da pureza de caráter sobre o seu caminho?

Não Como as Pessoas Mundanas

Os filhos de Deus não serão semelhantes às pessoas mundanas; pois a verdade recebida no coração será o meio de purificar a alma e de transformar o caráter, tornando seu recebedor da mesma mentalidade que Deus. A menos que alguém se torne da mesma mentalidade que Deus, ainda se encontra em sua depravação natural.

Se Cristo estiver no coração, Ele aparecerá no lar, na oficina, no mercado, na igreja. O poder da verdade será percebido por elevar e enobrecer a mente, por sensibilizar e subjugar o coração, pondo a pessoa toda em harmonia com Deus. Quem é transformado pela verdade lançará luz sobre o mundo. Quem tem a esperança de Cristo dentro de si purificar-se-á assim como Ele é puro. A esperança do aparecimento de Cristo é uma grande esperança, uma esperança de longo alcance. É a esperança de ver o Rei em Sua formosura e de tornar-se semelhante a Ele.

Quando Cristo vier, a Terra tremerá diante dEle,


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os céus se recolherão como um pergaminho que se enrola, e todos os montes e ilhas serão movidos dos seus lugares. "Virá o nosso Deus e não se calará; adiante dEle um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dEle. Do alto, chamará os céus e a Terra, para julgar o Seu povo. Congregai os Meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios. E os céus anunciarão a Sua justiça, pois Deus mesmo é o Juiz." Sal. 50:3-6. Em vista do grande dia de Deus, podemos ver que nossa única segurança se encontrará em afastar-nos de todo pecado e iniqüidade. Os que continuarem no pecado estarão entre os condenados e os que perecem.

O Fim dos Transgressores

João viu o fim dos que escolhem o caminho da transgressão: "Os reis da Terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto dAquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?" Apoc. 6:15-17.

Terrível condenação está reservada ao pecador, e, portanto, é necessário que saibamos o que é pecado, para que possamos livrar-nos de seu poder. João diz: "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei." I João 3:4. Temos aqui a verdadeira definição do pecado; ele "é a transgressão da lei". Quantas vezes o pecador é incentivado a abandonar os seus pecados e a ir a Jesus; será, porém, que o mensageiro que quis conduzi-lo a Cristo indicou claramente o caminho? Apontou ele claramente para o fato de que "o pecado é a transgressão da lei" e que o pecador precisa arrepender-se e abandonar a transgressão dos mandamentos de Deus? ...

Deus não podia alterar um jota ou um til de Sua santa lei para alcançar


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o homem em sua condição decaída; pois isso redundaria em descrédito da sabedoria de Deus em fazer uma lei pela qual governasse o Céu e a Terra. Mas Deus podia dar Seu Filho unigênito para tornar-Se o Substituto e Penhor do homem, para sofrer a penalidade merecida pelo transgressor e para comunicar Sua perfeita justiça à pessoa arrependida. Cristo tornou-Se o sacrifício sem pecado por uma raça culpada, fazendo dos homens prisioneiros de esperança, para que pelo arrependimento para com Deus por haverem transgredido Sua santa lei, e pela fé em Cristo como seu Substituto, Penhor e Justiça, pudessem ser reconduzidos à lealdade a Deus e à obediência a Sua santa lei.

A Justiça de Cristo Possibilita a Obediência

Ao pecador era impossível observar a lei de Deus, a qual é santa, justa e boa; mas essa impossibilidade foi removida pela comunicação da justiça de Cristo à pessoa arrependida e crente. A vida e a morte de Cristo em favor do homem pecaminoso tinham por finalidade restaurar o pecador à aprovação de Deus, comunicando-lhe a justiça que satisfizesse as reivindicações da lei e encontrasse aceitação da parte do Pai.

Sempre foi, porém, o propósito de Satanás invalidar a lei de Deus e deturpar o verdadeiro significado do plano da salvação. Conseqüentemente, ele originou a falsidade de que o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário tinha por finalidade livrar os homens da obrigação de guardar os mandamentos de Deus. Ele tem impingido ao mundo o engano de que Deus aboliu Sua constituição, lançou fora Seu padrão moral e invalidou Sua santa e perfeita lei. Caso houvesse feito isso, quão terrível teria sido o custo para o Céu! Em vez de proclamar a abolição da lei, a cruz do Calvário proclama retumbantemente o seu caráter imutável e eterno. Se a lei pudesse ser abolida e mantido o governo do Céu e da Terra e dos incontáveis mundos de Deus, Cristo não precisava ter morrido. A morte de Cristo destinava-se a


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resolver para sempre a questão da validade da lei de Jeová. Tendo sofrido toda a penalidade por um mundo culpado, Jesus tornou-Se o Mediador entre Deus e o homem, para restaurar a pessoa arrependida ao favor de Deus, concedendo-lhe graça para guardar a lei do Altíssimo. Cristo não veio destruir a lei ou os profetas, mas cumpri-los ao pé da letra. A expiação do Calvário vindicou a lei de Deus como santa, justa e verdadeira, não somente diante do mundo caído, mas também diante do Céu e perante os mundos que não caíram. Cristo veio engrandecer a lei e torná-la honrosa.

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